quarta-feira, 21 de outubro de 2009

UMA CIÊNCIA CHAMADA AISTHESIS


Walter Benjamin em A Obra de Arte na Era da sua Reprodutibilidade Técnica diz-nos que “o cinema é a forma de arte correspondente aos perigos existenciais mais intensos com os quais se confronta o homem contemporâneo”.

Mas quais são estes perigos aos quais se refere o WB? Segundo ele mesmo explica em trecho seguinte, refere-se às metamorfoses da forma de percepção pelas quais passa o homem da sociedade de consumo, da grande massa. Benjamin prossegue elaborando a diferenciação entre a recepção tátil e a recepção ótica. Para ele a sociedade de consumo, termo do qual o pensador não se utiliza, mas que podemos associar por analogia ao termo massa, busca mais a arte distração que a arte recolhimento ou contemplação, esta sim desejada pelo apenas pelo conhecedor.

Enquanto para o homem da massa a arte é objeto de entretenimento, diversão, para o conhecedor ela se transmuda em objeto de devoção. A dinâmica do mundo na era da reprodutibilidade não mais permite às massas o devido mergulho na obra de arte se fundindo com ela. Entretanto, por incrível que pareça, isto não é fato totalmente novo pois que a Arquitetura , como arte, já desde os mais remotos tempos é um exemplo que permitia a recepção coletiva tanto na forma tátil quanto pela forma óptica ou percepção. Bem coloca WB que, somente os recursos da percepção, ou seja, a recepção óptica, são incapazes de solver todos os desafios (tarefas) impostos à humanidade daí, a importância da recepção tátil, no contexto das realizações humanas.

Para ele a distração é forma de avaliar o quanto a nossa percepção poderá responder a novas demandas. O cinema, diz ele é esse espaço privilegiado no qual se constata esta mudança na estrutura das formas de se perceber o mundo, qual seja, o mais proeminente objeto da ciência da percepção a Estética.

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